Os jogos de empresas são utilizados como uma ferramenta que proporciona aos participantes a prática da gestão de um negócio em um ambiente que representa, de forma simplificada, a realidade de uma organização. Em aplicações in-company, os jogos podem ser aplicados na forma de dinâmica de grupo como meio de capacitação de colaboradores e recrutamento e seleção de pessoas.

Em instituições de ensino, onde são amplamente difundidos, os jogos são normalmente parte de uma disciplina integradora de conteúdo, onde o aluno consegue evidenciar, na prática, os conteúdos que aprendeu durante o curso.

Case Newik

Este ano tivemos uma grata surpresa de atender uma empresa muito especial, especializada em recrutar e selecionar trainees e estagiários, a Newik. A Newik buscou inovar em um processo de seleção de trainees para uma grande empresa do mercado financeiro e, felizmente, chegou até nós por meio da Sabrina, Head de Operações e Negócios.

A proposta era, em uma das etapas de um processo de recrutamento e seleção, criar uma dinâmica de grupo envolvente utilizando jogos de empresas para observar como o candidato se comportaria trabalhando em equipe, sob pressão e em um ambiente altamente competitivo e adverso. Até o momento tudo bem, já que é o usual. Porém o grande desafio seria fazer isso em apenas 2 horas, em uma estrutura onde todos estariam reunidos por videoconferência (100% online), formar grupos de trabalhos com candidatos que nem ao menos se conheciam e permitir que a equipe da Newik observasse o trabalho dos participantes.

Depois de algumas rodadas de conversa, veja como fizemos para atender a demanda:

1. Customização do jogo de empresas para a dinâmica de grupo

Para se ter uma ideia, os jogos empresariais são utilizados em cursos de graduação durante meses. Para realizar uma aplicação rápida de 2 horas, adaptamos o jogo para deixá-lo mais simples, mas ao mesmo tempo manter interessante e um bom nível de desafio.

2. Materiais de estudos

Nós estimamos que para ler os materiais iniciais do jogo, que são imprescindíveis para o bom entendimento da dinâmica, seriam necessários de 60 a 90 minutos. Para otimizar o tempo no dia da aplicação, enviamos os materiais com dois dias de antecedência e sinalizamos para o candidato a importância de estar preparado no dia. Como se tratava de um processo de seleção, a maioria entendeu o recado.

3. Plataforma para videoconferência

Os candidatos foram agrupados de acordo com a vaga pela qual estavam concorrendo. Cada grupo era composto de até 25 candidatos que ficariam simultaneamente online no dia da dinâmica. Para atender essa demanda testamos várias plataformas web de videoconferência e optamos pelo Google Meet.

A ferramenta está disponível para clientes do ‘G Suite’. Fácil de usar e com todos os recursos que precisávamos: compartilhamento de tela e criação de várias salas de reuniões.

As orientações de acesso à plataforma foram enviadas com antecedência junto com os materiais de estudos.

4. Apresentação e organização em equipes

Dentro dessas 2h de aplicação do jogo, os 10 minutos iniciais foram reservados para fazer uma apresentação rápida do sistema e orientar quanto à formação das equipes: o grupo foi dividido em equipes (grupos menores) de até 5 integrantes. Cada equipe administrava uma empresa virtual fictícia e competia com as demais equipes participantes da dinâmica. Foram criadas salas de reuniões virtuais (Google Meet) para cada uma das equipes.

5. Execução

Durante cerca de 1h40, após a apresentação, as equipes ficaram a frente de empresas fictícias, tomando decisões sobre o negócio. Nesse intervalo de tempo os participantes discutiam questões estratégicas, operacionais, oportunidades, acertos, erros, relatórios gerenciais e de mercado e notícias do jogo. A grande maioria dos candidatos levou a dinâmica muito a sério e aparentava estar em uma empresa de verdade buscando soluções para os problemas, sugerindo, argumentando e escutando cuidadosamente seus colegas. O envolvimento foi maior do que o esperado e, consequentemente, o objetivo que era criar uma dinâmica envolvente foi alcançado.

6. Acompanhamento das equipes

Para acompanhar as equipes, os consultores da Newik transitavam entre as salas de reuniões das equipes com o objetivo de observar o funcionamento e dinâmica de trabalho dos integrantes. Era possível identificar, mesmo que online, aspectos comportamentais relevantes para a escolha futura do candidato. Simultaneamente um consultor da Simulare tirava dúvidas técnicas relacionadas ao jogo.

7. Fechamento

A Simulare ficou responsável por fazer uma análise rápida dos resultados do jogo. Os 10 minutos finais foram utilizados para comentar os acertos e erros das equipes em relação ao jogo. As equipes vencedoras não, necessariamente, avançavam para a próxima etapa de seleção, pois os aspectos comportamentais têm muito mais peso e foram analisados durante e depois da aplicação do jogo pela empresa de seleção.

Considerações Finais

O resultado de aplicar os jogos de empresas em um processo de recrutamento e seleção de trainees em um ambiente 100% online foi bastante positivo, em especial, pelo envolvimento dos participantes na dinâmica de grupo e pela possibilidade de observá-los trabalhando em equipe. Por se tratar de um game, temos vencedores e perdedores, e esse estímulo foi fundamental para trazer motivação e seriedade durante a aplicação.

O grau de desafio do jogo, também se mostrou adequado para o tempo disponível e nível de conhecimento dos candidatos. Os participantes eram desafiados na medida certa e não ao ponto de sentirem desmotivados por se tratar, por exemplo, de um ambiente super complexo ou muito trivial.

Por fim, o que era ser apenas uma turma de candidatos se tornou mais de 20 turmas (e contando) que utilizaram essa metodologia durante o processo seletivo.

Muito Obrigado, Sabrina e toda a equipe Newik, pela parceria e confiança no trabalho. Foi uma excelente experiência para todos.

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