A educação superior no Brasil passa por um momento de transformação, com crescente ênfase na formação prática e na contribuição social dos acadêmicos. Como resposta a essa mudança, a aplicação de jogos empresariais em comunidades de microempresários e autônomos tornou-se uma alternativa inovadora para atender às demandas do Ministério da Educação (MEC) em relação às atividades de extensão.

Neste contexto, alunos universitários desempenham um papel crucial como tutores nessa abordagem única, que não apenas enriquece a formação acadêmica, mas também gera um impacto positivo nas comunidades.

O Potencial Transformador dos Jogos Empresariais para Microempresários

Os jogos empresariais são conhecidos por proporcionar um ambiente prático de aprendizado, simulando situações empresariais reais. Eles desafiam os participantes a analisar dados gerenciais, tomar decisões operacionais, táticas e estratégicas, lidar com recursos humanos, materiais e trabalhar em cenários de incerteza e risco.

Essas habilidades são fundamentais não apenas para o sucesso nos negócios, mas também para o desenvolvimento pessoal e a capacidade de lidar com desafios comuns enfrentados por microempreendedores em seu dia-dia.

Envolvendo os alunos como tutores

Em uma atividade de extensão, o envolvimento dos alunos como tutores é uma abordagem eficaz para a aplicação dos jogos empresariais. Os alunos, com seu conhecimento acadêmico em áreas como administração, economia, finanças e empreendedorismo, desempenham um papel de liderança na organização e facilitação dos conteúdos e jogos. Além disso, eles atuam como mentores e modelos para os participantes, demonstrando a importância da educação superior e da aplicação prática dos conceitos acadêmicos.

Os alunos seriam responsáveis pela condução total do projeto, desde sua elaboração inicial, projetando cronograma, quantidade de participantes, definindo o público-alvo, passando pela captação e convencimento dos participantes e chegando até a aplicação do jogo e conteúdos relevantes para os microempreendedores.

O professores seriam os orquestradores da atividade. Ficariam responsáveis por ajudar os alunos durante as etapas iniciais, de execução e finais do projeto, oferecendo apoio didático, técnico e monitorando as participações e resultados.

A Importância das atividades de extensão para o MEC

O MEC reconhece a relevância das atividades de extensão no ensino superior, que visam promover a interação entre a instituição de ensino e a sociedade, contribuindo para o desenvolvimento local e regional.

Os jogos empresariais aplicados em comunidades, especialmente aquelas mais carentes de informação, são uma forma eficaz de cumprir esse propósito, proporcionando não só experiências inovadoras e envolventes, que vão além das salas de aula, mas também permitindo uma troca muito rica de informações entre aluno e microempreendedor, um mostrando a realidade nua e crua e outro apresentando possibilidades de melhorias a partir do conhecimento acadêmico unido ao jogo, como ferramenta de consolidação e prática do conhecimento.

Benefícios para os microempreendedores e desafios futuros

Fica evidente que os benefícios dos jogos empresariais não se limitam aos alunos. Os microempreendedores, ao se envolverem em simulações empresariais, têm a oportunidade de adquirir conhecimentos práticos e habilidades que podem ser aplicados em suas vidas pessoais e profissionais.

Além disso, os jogos promovem o trabalho em equipe, a tomada de decisões baseada em dados financeiros e econômicos e o pensamento crítico, fortalecendo a capacidade do empreendedor de enfrentar seus diversos desafios diários.

Embora a aplicação de jogos empresariais em comunidades ofereça inúmeros benefícios, há desafios a serem superados. A mobilização das pessoas, de recursos e a garantia de acessibilidade e a adaptação às necessidades específicas de cada comunidade são questões que exigem atenção.

A participação e o envolvimento dos microempreendedores dependerá muito da abordagem dos alunos, por este motivo, deve-se dar muita atenção na estratégia de captação dos participantes.

À medida que essa abordagem inovadora se expande, surgem oportunidades para estabelecer parcerias com organizações locais, desenvolver materiais personalizados e criar modelos sustentáveis para a continuidade do programa.

Conclusão

A aplicação de jogos empresariais para microempreendedores em comunidades locais, com alunos universitários atuando como tutores, representa uma alternativa valiosa para atender às exigências de atividades de extensão do MEC. Essa abordagem única não apenas enriquece a formação acadêmica dos alunos, mas também gera um impacto positivo nas comunidades, capacitando os participantes com uma abordagem prática, onde tomam decisões reais, mas em um cenário controlado.

À medida que essa prática se desenvolve, o potencial transformador dos jogos empresariais na sociedade é grande, criando uma ponte sólida entre a educação superior e o desenvolvimento social.

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