Em 31 de dezembro de 2019, quando você estava lá, todo vestido de branco, comendo lentilha e pulando ondas, você prometeu que 2020 ia ser um grande ano, não é mesmo? Em 2020 eu vou guardar dinheiro, emagrecer, ler mais livros… O que você não podia imaginar é que 2020 seria um ano de grandes mudanças – de verdade!

Na saúde, na alimentação, na economia, tudo foi se adaptando. E na educação não poderia ser diferente!

Falamos aqui que o processo de ensino-aprendizagem se modificou neste ano e as pessoas e instituições foram obrigadas a se adaptar às tecnologias para que as aulas pudessem ter continuidade. Esse uso de tecnologias no processo de ensino reforçou formas já existentes de ensino, como a educação a distância. Será que, a partir de agora, temos – com força – uma nova tendência nos modelos de ensino?

Ensino híbrido, presencial e remoto

O ensino, como decorrência de processos educativos, tem recebido reflexões quanto à modalidade de sua ocorrência.

O ensino denominado tradicional carrega não apenas a modalidade como ele ocorre, mas, sobretudo, as diferentes formas de sua organização didático-pedagógica. Tem como sua principal característica o denominador “presencial”: de ser realizado e reunir no mesmo espaço físico alunos e professores, dispor de horários fixos e pré-definidos de atividades, aulas, conteúdos e disciplinas e ter exigência legal de percentual de frequência bem como das avaliações. A interação e integração de alunos e professores, mediados pelos objetos de ensino caracterizam sua condição de contato direto e presencial no processo.

A modalidade de ensino remoto, tem como seu denominador a “distância”, já é utilizada em diferentes formas de organização pedagógica, mas foi no cenário da pandemia decorrente da Covid-19 que assumiu maior destaque e utilização. Para muitas escolas, a sua organização didático-pedagógica acompanha os itens do modelo presencial, com a diferença de não requerer a presença de alunos e professores no mesmo espaço físico para realização do processo. A legislação que regula esta modalidade de ensino prevê que a sua ocorrência pode ser organizada em até 20% da carga horária do curso ou etapas da formação.

Assim, a diferença que emerge nessas formas de organização do ensino é de que o presencial requer a presença física de alunos e professores para a realização do processo. Para o ensino remoto, as atividades de ensino são realizadas de formas em que se flexibiliza a presença física pela separação entre atividades físicas e presenciais.

O ensino hibrido, no entanto, vem se caracterizando pela união desses dois fundamentos que caracterizam o ensino presencial e o a distância. É um “mix” dos denominadores marcantes de cada uma das outras duas modalidades: a presença física e o uso de tecnologias tanto para o desenvolvimento de atividades de ensino quanto para a exposição didática de conteúdos.

Ensino híbrido

Essas modalidades de ensino são diferentes e, portanto, as suas organizações didática e pedagógica precisam ser definidas em consonância com a finalidade do processo educativo – no qual o ensino é uma de suas características. Não basta e não é suficiente reunir as duas modalidades, presencial e a distância para tornar o ensino híbrido. As metodologias que são utilizadas nessas modalidades impactam o ensino como trabalho do professor e impactam as situações de aprendizagem dos alunos.

Numa analogia rudimentar poder-se-ia dizer que as rudimentares “tarefas de casa” do modelo presencial se consubstanciaram em “atividades remotas” da modalidade à distância. Contudo, ambas prescindem da presença do professor e do aluno.

O conteúdo do ensino assumia o elo de mediação entre professor e aluno no modelo presencial e agora, além de manter essa mediação, inclui-se também as tecnologias de ensino que são, ao mesmo tempo, objetos de trabalho e de aprendizagens para os processos de ensino. Quem ainda não era adepto, conheceu ferramentas como Google Meet, Zoom, Kahoot!, Aha Slides , entre outros. E essa é uma tendência que veio para ficar! Cada vez mais, as instituições irão fazer uso de softwares e sistemas que possibilitem a interação escola-aluno nas diferentes modalidades.

Nesse sentido, é necessário pensar e propor ideias que façam um elo coerente entre as atividades presenciais e remotas. Em se tratando disso a Simulare propõe o uso do simulador de empresas a distância e presencial e é um exemplo de dinâmica que faz esse elo nas aulas híbridas: enquanto a mediação professor-aluno traz o conteúdo didático, o software permite que os alunos realizem a prática à distância, testando os conhecimentos já adquiridos em sala de aula a partir de jogos empresariais. É uma característica importante e que tem se destacado como forma de ganhar e reter a atenção dos alunos.

No entanto, destaca-se ainda que a reorganização didática e pedagógica vai além de espaços e tempos, requer fundamentalmente uma infraestrutura que esteja a serviço e em condições de ocorrer o processo pedagógico e isso inclui políticas de Estado para regular e regulamentar um direito constitucional.

Conclusão

Acredita-se que o ensino híbrido se estabelecerá como uma nova tendência nos processos formativos – seja em qualquer grau de instrução. Atualmente, no cenário de desenvolvimento das ciências e das tecnologias, é impensável destituir o uso de tecnologias em novas concepções dos processos formativos – e, nesse sentido, semear espaços de junção dessas modalidades de ensino é fundamental para o desenvolvimento das formas de ensino-aprendizagem que se estabelecem no mundo. Contudo, o ensino como conceito fundante da educação das pessoas, se mantém como indissolúvel e é nesta perspectiva que as modalidades de ensino deverão implementar os processos formativos.

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