Nesse post vamos estudar a demonstração contábil responsável por analisar a forma como as empresas geram valor: a Demonstração do Valor Adicionado.

Bem…

No contexto das relações humanas e das organizações, a palavra valor pode ser interpretada de diferentes formas. A palavra valor é um substantivo masculino que, a depender do contexto, pode ter diferentes acepções. O valor de um carro ou o valor de uma pessoa, por exemplo.

Se você procurar no dicionário, o conceito de valor é a quantidade monetária equivalente a uma mercadoria. A palavra é posta como um sinônimo à preço.

Nesse texto, a compreenderemos sob seu conceito econômico, que diz que valor é a medida variável de importância que se atribui a um objeto ou a um serviço que, embora condicione o seu preço monetário, muitas vezes não é o mesmo. Analisaremos como as empresas quantificam valor e como elas expõem isso a partir de seus registros.

DVA:  Demonstração do Valor Adicionado

A Lei n. 6.404/76, após a publicação da Lei n. 11.638/07, passou a ter nova redação no Art. 176, o qual trata sobre as demonstrações financeiras a serem elaboradas com base na escrituração contábil.

“Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício: (…) V – se companhia aberta, demonstração do valor adicionado.” (BRASIL, 2008).

Entre as demais alterações, houve, então, a inclusão da DVA na relação de demonstrações financeiras de companhias abertas. O Comitê de Pronunciamentos Contábeis, a partir de seu CPC 09, determina que a “entidade deve elaborar a DVA e apresentá-la como parte integrante das suas demonstrações contábeis divulgadas no final de cada exercício social.” (CPC, 2008).

Assim, depreende-se que a legislação apresenta como obrigada a elaborar a DVA apenas as Companhias Abertas (S/A). Contudo para as demais sociedades, seja sociedade de Capital Fechado e a Sociedade LTDA (sociedade enquadrada como de grande porte ou não) orienta-se que elaborem esta demonstração mesmo que apenas para fins gerenciais.

Veja, a seguir, o modelo de estrutura da DVA:

1 – RECEITAS
1.1 – Vendas de mercadorias, produtos e serviços
1.2 – Outras receitas
1.3 – Receitas relativas à construção de ativos próprios
1.4 – Perdas Estimadas em Créditos de Liquidação Duvidosa (Reversão e constituição)
2 – INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS
2.1 – Custo dos produtos, materiais ou serviços vendidos
2.2 – Materiais, energia, serviços de terceiros e outros
2.3 – Perda/Recuperação de valores ativos
2.4 – Outras
3 – VALOR ADICIONADO BRUTO (1 – 2)
4 – DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO
5 – VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO PELA
ENTIDADE (3 – 4)
6 – VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA
6.1 – Resultado de equivalência patrimonial
6.2 – Receitas financeiras
6.3 – Outras
7 – VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5 + 6)
8 – DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO
8.1 – Pessoal
8.2 – Impostos, taxas e contribuições
8.3 – Remuneração de capitais de terceiros
8.4 – Remuneração de capital próprio
Estrutura DVA

Perceba que, nessa estrutura, a principal informação revelada pela DVA está na forma que a empresa distribui valor. Isto é, a forma como ela retribui à sociedade o valor que ela gera. Essa distribuição de valor ocorre a partir de quatro categorias:

  • O valor que é pago em remuneração de pessoal;
  • Os valores gastos com impostos, taxas e contribuições;
  • O valor que é gasto com a remuneração de capital de terceiros, ou seja, os juros e aluguéis pagos em um período; e
  • O valor gasto com remuneração de capital próprio, que são os dividendos, juros sobre capital próprio e lucros retidos no período.

E de qual forma a DVA pode auxiliar gerencialmente?

A DVA tens fins gerenciais pois ela auxilia na apuração da eficiência da empresa em transformar seus recursos produtivos em valor.

Isso ocorre porque a DVA deve proporcionar aos usuários das demonstrações contábeis informações relativas à riqueza criada pela entidade em determinado período e a forma como tais riquezas foram distribuídas.

A DVA mostra, portanto, o valor adicionado pela empresa! Apresenta como as empresas geram riqueza e como elas distribuem essa riqueza.

Assim, a riqueza é calculada a partir diferença entre o valor das vendas e os insumos adquiridos de terceiros. Ela inclui, também, o valor adicionado recebido em transferência, ou seja, produzido por terceiros e transferidos à entidade, conforme explica o Comitê de Pronunciamentos Contábeis.

Conclusão

Neste texto, você aprendeu o que é a Demonstração do Valor Adicionado, conhecendo o seu conceito e a sua estrutura. A Demonstração do Valor Adicionado é uma demonstração contábil que mostra a forma como a empresa organiza seus recursos a fim de transformá-los em valor.

Aqui você pôde aprender também a exigência legal e a utilização, pela empresa, da DVA, compreendendo que o valor adicionado é a riqueza criada pelas empresas e que o principal ponto dessa demonstração contábil está na composição da distribuição dessa riqueza na sociedade, seja por meio de recursos humanos, impostos ou remuneração de capitais.

 

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