A Nova Política de Educação a Distância no Brasil, instituída pelo Decreto 12.456/2025, transforma o cenário dos cursos superiores online — exigindo mais interação, evidência de aprendizagem e metodologias ativas. Neste contexto, os jogos de empresas emergem como ferramentas poderosas para engajar estudantes, demonstrar desempenho e assegurar a qualidade exigida.

O que mudou na EaD com o Decreto 12.456/2025

Em maio de 2025, o governo federal publicou o Decreto 12.456/2025, que define os novos formatos de oferta de cursos no ensino superior: presencial, semipresencial e EaD. Dentre as principais mudanças:

  • Modalidade EaD exige mínimo de 20% da carga presencial ou síncrona mediada.
  • Modalidade semipresencial com no mínimo 30% presencial + até 50% EaD.
  • Provas presenciais obrigatórias mesmo na EaD.
  • Cursos como Medicina, Direito, Odontologia, Enfermagem e Psicologia ficam vedados à modalidade 100% EaD.
  • Mais rigor em metodologias, supervisão, tutoria e evidências de aprendizagem.
  • Essas mudanças elevam a régua de qualidade e exigem das instituições processos estruturados.

 

Por que jogos de empresas são aliados do Novo Marco

Jogos de empresas (business simulations) criam ambientes ativos onde estudantes tomam decisões, aprendem com erros, recebem feedback, e colaboram ou competem em cenários realistas. Por que isso é estratégico para adequação ao novo marco?

  • Permitem atividades síncronas mediadas que somam à carga exigida.
  • Geram rastros digitais (logs, dashboards) que funcionam como evidência de aprendizagem.
  • Reforçam metodologias ativas, interação aluno-aluno e aluno-docente, conforme o decreto exige.
  • Estimulam competências de nível superior (ex: tomada de decisão, análise de dados, liderança) que elevam o perfil do egresso.

Como implementar simulações em cursos EaD e semipresenciais

Para tornar os jogos de empresas parte integrante da metodologia, siga este roteiro estratégico:

  • Seleção da plataforma/simulação – avalie custo, relatórios, acessibilidade.
  • Integração no PPC e no plano de ensino – deixe claro que “rodadas de simulação” fazem parte da carga, tutoria, avaliação.
  • Definição de momentos síncronos ou presenciais – encontro para “kick-off”, sessões mediadas, apresentação dos resultados.
  • Avaliação e evidência – use logs, decisões dos times, feedbacks, relatórios finais como parte da nota.
  • Relatórios institucionais – reúna dados das simulações para CPA, NDE, avaliação externa e revisão de qualidade.
  • Formação de tutores/mediadores – importante que o docente conheça a dinâmica e saiba mediar.
  • Comunicação ao estudante – explique o valor da simulação, as entregas, os critérios de avaliação e como isso contribui para a formação.

Benefícios para estudantes, instituições e avaliação do MEC

Para estudantes: aumento no engajamento, aprendizado mais ativo e prático, desenvolvimento de competências essenciais para o mercado.
Para instituições: melhor índice de retenção, maior qualidade percebida, documentação robusta para auditorias e visitas de avaliação.
Para avaliação externa (Ministério da Educação/MEC): evidência de metodologias ativas, interação, tutoria, avaliação robusta e coerência entre perfil de egresso e atividades.
Esses fatores ajudam sua instituição a se diferenciar e a manter conformidade com o Novo Marco.

Checklist para coordenadores e NDE

  • O PPC menciona explicitamente “jogos de empresas” ou “simulações de negócio” como metodologia ativa?
  • As atividades de simulação foram programadas como síncronas ou presenciais, conforme a exigência mínima?
  • Os critérios de avaliação relacionados à simulação estão formalizados no plano de ensino?
  • Os relatórios da simulação estão sendo exportados e podem servir como evidência para auditoria?
  • Os docentes e tutores foram capacitados para mediar as simulações em EaD?
  • A comunicação ao aluno deixa claro o “porquê”, “como” e “quando” da simulação?

Dúvidas frequentes

O Novo Marco permite curso 100% online?
Não. Mesmo modalidade EaD exige ao menos 20% de carga presencial ou síncrona mediada, além de provas presenciais.

Jogos de empresas contam como carga presencial ou síncrona?
Sim — quando realizados em sessões mediadas (online ou presenciais) podem ser usados para compor essa carga, desde que documentados.

O MEC exige plataformas específicas de simulação?
Não. O decreto não lista metodologias específicas, mas exige qualidade, evidência de aprendizagem, tutoria e coerência pedagógica — o que jogos de empresas bem estruturados cumprem.

É muito caro adotar jogos de empresas?
Na Simulare, por exemplo, o valor da licença de uso do software na modalidade clássica varia de R$ 30 a R$ 50 por aluno (para o semestre letivo inteiro). Além da licença, outro fator decisivo é o desenho pedagógico, integração e mediação – o jogo se encaixa na grade curricular? em qual disciplina? que professor que poderia conduzir?

Referências

Portal da Câmara dos Deputados – Decreto nº 12.456, de 19 de maio de 2025
Gov.br – Governo Federal regulamenta Nova Política de Educação a Distância
Gov.br – Assinado decreto que institui a Nova Política de EaD
Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES) – Explicando o novo marco regulatório do EAD

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