Aulas Práticas: em um mundo repleto de informações, transmitir conhecimento se tornou uma tarefa que pede vivências e trocas.

Ainda não se falava muito em aulas práticas… Estantes eram preenchidas por pesadas enciclopédias. Livros eram separados por letras e um número escasso de verbetes mostram uma verdadeira epítome de como o conhecimento se dava antes da internet. Só o interesse e a curiosidade não bastavam. Com acesso limitado e poucas atualizações, aprender algo exigia muita dedicação na busca por informações.

Por outro lado, hoje em dia, nem mesmo uma singela discussão de bar resiste aos fatos. Em poucos segundos, com uma breve consulta a um smartphone, a polêmica é encerrada pela resposta correta. É fácil saber que resultado teve a final da Copa do Mundo de 1970.

Se o problema era a falta de informação, hoje ele é o oposto. Em um mundo em que até geladeiras estão conectadas, difícil é avaliar o que é relevante, verdadeiro e que está bem contextualizado. Um desafio que se agiganta com o aumento vertiginoso de dados disponíveis.

O dilema se estende para a sala de aula, onde o professor passa a dividir espaço com outras vozes de autoridades e assume o papel de mediador. Não é raro que o professor tenha sua didática interpelada por alunos que já estão pesquisando na internet sobre o tema que recém começou a explanar.

Para uma boa interação, cabe ao educador agir como um filtro daquilo que serve ou não para o conteúdo apresentado. Uma árdua tarefa quando se compete a atenção dos estudantes com notificações nos celulares, cansaço, dentre outras distrações.

Afinal, se o aprendizado em sala de aula deixou de ser um ato passivo de absorção de conteúdos e passou a ser uma troca ativa, a didática já não pode ser a mesma dos tempos pré internet.

A resposta não é fácil e tampouco única, mas certamente passa por aulas práticas, mais dinâmicas e criativas, que motivam e contextualizam o assunto para os alunos ao transformarem informações em experiências. Promover atividades práticas, elaborar discussões e usar novas tecnologias são maneiras eficientes para se alcançar uma didática que prende a atenção e não se reduz a um monólogo informativo.

Por exemplo, os jogos empresariais, muitas vezes utilizados para promover o conhecimento em gestão e trabalho em equipe, são um excelente caminho para conciliar os métodos citados. A tecnologia é capaz de envolver os alunos em uma experiência de aprendizado profundo, lúdico e veloz. De quebra, os alunos ainda trabalham em equipe, desenvolvem uma mentalidade vencedora e aumentam seu interesse na busca pelo conhecimento.

Aulas práticas são impactantes experiências de aprendizagem

Se informações brutas já não bastam para ganhar a atenção e o entusiasmo dos discentes, por outro lado, aulas práticas são uma rica fonte de aprendizado por meio de experiências. É um modo eficaz de fundir informações relevantes com uma didática cativante.

Outro ponto, é que as aulas práticas, proporcionam aprendizados mais engajados e memoráveis. Atributos difíceis de se alcançar no modelo de educação meramente teórico.

O ideal é substituir este antigo padrão por interações, de modo diversificado e constante. Um ensino colaborativo, com provocações que constroem o conhecimento em conjunto com a classe.

Como recompensa, tem-se alunos mais curiosos e interessados, que são desafiados a utilizarem a imaginação na proposta de soluções. Com isso, os alunos buscam seu protagonismo e autonomia, ao sentirem suas necessidades de aprendizagem sendo atendidas.

Gamificação na sala de aula

Inserir a tecnologia na sala de aula é vital, mas por si só, não significa nada. Para transformar gadgets em conhecimento, são necessários bons profissionais de ensino, além de excelentes metodologias.

Um dos recursos mais utilizados é a gamificação, que por meio de técnicas de jogos, em sua maioria virtuais, conquista pessoas com desafios e recompensas constantes. Ao persistirem nos jogos, os estudantes acabam se envolvendo e ficam mais interessados no conteúdo.

As vantagens da gamificação são inúmeras. Graças aos jogos, os alunos:

● Encaram seus erros como aprendizados e são incentivados a continuar tentando;
● Aumentam a sua resiliência e persistência;
● Assimilam novidades de maneira divertida, sem pressão, fazendo com que sofram menos com a dor do aprendizado;
● Tornam-se agentes ativos no processo e tomam decisões próprias;
● Lidam com informações não digeridas de modo autônomo e lúdico;
● Desenvolvem senso crítico;
● Vivenciam uma competição saudável.

Na gamificação, o papel do professor também é fundamental. Como mentor do processo, ele detém de uma formidável oportunidade para dar feedbacks e apoio na resolução dos problemas para os alunos. Além de ser uma ótima chance para se demonstrar a aplicação do aprendizado na prática, seja no próprio jogo ou em outras ocasiões.

Sendo assim, os alunos enxergam as vantagens de aprender algo novo e ganham conhecimento enquanto se divertem com autonomia e engajamento.

O poder da práxis

Praticar a teoria faz com o que os alunos ganhem autoconfiança, descubram as consequências de suas decisões e desenvolvam seu senso de liderança ao mesmo tempo que aprimoram sua capacidade de trabalhar em equipe. É a oportunidade ideal que o estudante tem para errar sem trazer efeitos verdadeiramente danosos para a realidade.

As simulações no espaço virtual são a chance do aluno investigar seus limites e sua capacidade de autogestão, de conhecer melhor o seu perfil, além de compreender os motivos pelos quais está sendo exposto a tais conteúdos.

Para quem leciona, é também uma oportunidade de acompanhar o desenvolvimento, o discernimento e o equilíbrio do aprendiz. Ficam claras as dificuldades e os pontos que precisam ser reforçados ou enaltecidos para o aluno.

Como resultado, têm-se estudantes com grande habilidade para decidir, se expressar e liderar sempre que for necessário. Sem esquecerem que suas escolhas possuem consequências, que podem trazer benefícios ou não. Vantagens essas que, quando adquiridas somente no mercado de trabalho, normalmente levam tempo e custam caro, tanto no âmbito financeiro quanto emocional.

O professor ganha ao entregar ao mundo profissionais responsáveis, com melhores desempenho e capazes de alcançar voos mais altos. A escola (ou faculdade) ganha ao ter alunos engajados, motivados e com vontade de continuar aprendendo. Aulas interativas, mão na massa, aumentam as chances do aluno se manter matriculado.

Por fim, as vantagens de se ter aulas repletas de práticas são tantas que chega a ser difícil listar todas.

E apesar de, inicialmente, parecer envolver mais trabalho, com a metodologia correta, é uma escolha que entrega muito mais envolvimento e resultado no processo de educação. Mesmo porque, trazer a práxis para a rotina de sala de aula já não é mais um diferencial, é imprescindível.

As aulas práticas entregam um ganho para todos os envolvidos, com muito mais trocas e avanços. Um aumento significativo na qualidade de vida do professor e do aluno.

É o poder da educação, mais uma vez, sendo revolucionário para um futuro melhor.

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